quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Ao deputado Zé Franco


Amanha é a diplomação do meu amigo Prefeito Fábio Henrique e do Vice-prefeito Dr. Job. Um abraço ao prefeito, ao vice e a todos os vereadores, vereadoras e suplentes que serão diplomados. Meu abraço ao amigo Fábio Henrique. Não estarei presente, foi a forma que encontrei para protestar contra o voto do deputado Zé Franco, que votou contra o Proinveste, tirando recursos do nosso estado, que poderia ajudar com muitas obras o município de N. Sra. do Socorro.
Zé Franco, quando você votou contra o Proinveste, você votou contra a construção de escolas, creches, você votou contra a construção de galpões para a instalação de novas indústrias, que vão gerar emprego para o povo do seu município. A juventude que está precisando trabalhar não perdoa aquele que se coloca contra os interesses do povo.
Você precisa refletir Zé Franco, afinal de contas, Marcelo Déda perdeu a eleição em Socorro, mas veja o que é um homem público republicano e democrata, e tome como um exemplo para você.
O governo Déda recuperou 42 km da malha viária do complexo Taiçoca (que engloba o João Alves, Marcos Freire I, II e III, Fernando Color, Albano Franco) que estava todo esburacado, desde a sua gestão como prefeito. O governo Déda construiu duas clínicas de saúde em Nossa Senhora do Socorro. O governo Déda está reconstruindo o hospital de Socorro, e no Proinveste estavam os recursos para equipar os hospitais de Socorro, Itabaiana e Nossa Sra. da Glória. E você votou contra Zé Franco...
O governo Déda investiu R$ 10 milhões na reforma e ampliação e construção de quadras de esporte das escolas do estado em N. Sra. do Socorro. E você Zé Franco, votou contra o Proinveste, que prevê construção de escolas, inclusive no conjunto Jardins, do antigo Caique, que desabou.
O governo Déda fez a iluminação pública do Distrito Industrial de Socorro até a sede do município, para trazer segurança às pessoas da Taiçoca e da sede que trafegam por ali. O governo Déda, Zé Franco, asfaltou o parque dos faróis, toda a entrada da DR até embaixo, próximo ao Rio Poxim, e pavimentou o parque dos faróis praticamente todo.
Inclusive, reformando a escola estadual José Sampaio, naquela área.
Para refrescar sua memória, Zé Franco, foi no Parque dos Faróis que Fábio Henrique teve a sua maior vitória, ganhou com mais de cinco mil votos de diferença. Sabe porque Zé? Não foi pelo seu prestígio, foi pelas obras que o governador Déda fez no Parque dos Faróis, e que Fábio Henrique reconhece.
No Guajará e na Palestina também tem obras de pavimentação do governo Déda. A nova entrada de Aracaju, pela 235, encontrando a BR 101, corta os povoados Santa Cecília, Sobrado e São José. Todos em N. Sra. do Socorro. Uma obra grandiosa, que vai dar novo acesso a Aracaju e que vai se chamar rodovia Dr. Lauro Porto. E você, Zé Franco, votou contra esse governo que está ajudando Nossa Sra. do Socorro.
Zé Franco, você já visitou as famílias que moram debaixo da ponte do João Alves, na beira do Rio do Sal? Eu acho que não... São 600 famílias que o governo Déda está construindo aí em Socorro 600 casas para tirar o povo da maré. E você votou contra o Proinveste, para trazer recursos para Sergipe, para ajudar a pobreza. E você se diz representante de Nossa Senhora do Socorro? Dói, Zé Franco, na alma de quem tem compromisso com a pobreza.
As praças da juventude que estão sendo construídas em Nossa Senhora do Socorro tem a nossa participação. As avenidas, com ciclovia, tem nossa participação. Eu fiquei muito decepcionado com o seu voto. Evidente que você não vai gostar do meu comentário. A mim não me preocupa nem um pouquinho. Mas você ainda tem tempo de se recuperar. Nós vamos dar a você e a N. Sra. do Socorro mais uma oportunidade de você mostrar que realmente gosta de Nossa Senhora do Socorro, porque o Proinveste vai voltar. Você sabia Zé Franco, que essa BR 101 duplicada, com entrada para Socorro, com viaduto na entrada da sede do município, é obra do governo federal, iniciada por Dilma e por Lula, e sendo concluída agora por Dilma Roussef?
Meu amigo, não tenha raiva nem ressentimento das pessoas que trabalham pelo povo.
Déda perdeu a eleição em Nossa Senhora do Socorro, mas mesmo assim provou na prática que ama mais Socorro do que você Zé. Fábio Henrique, seja feliz, estou às suas ordens... E aconselhe mais Zé Franco a ajudar Nossa Senhora do Socorro. Zé Franco, eu não lhe desejo nenhum mal. Quero que você seja feliz. Mas deixe o povo de Socorro também ser feliz.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A BELEZA DA DEMOCRACIA

Fui um dos processados durante a Operação Cajueiro. Era deputdao estadual, foram me buscar na Assembléia Legislativa e passei um dia detido. Vários amigos foram torturados, inclusive Milton Coelho, que ficou cego. Goisinho e Marcélio Bonfim também foram torturados.

No quartel do 28° BC, um oficial colocou o dedo na minha cara e falou assim: "Deputado, aqui as pessoas falam o que quer e o que não quer". Ao lado de 18 companheiros fui julgado e absolvido, na 6ª Região Militar, em 1978.

Por isso esse artigo publicado no último domingo, pelo jornalista Luiz Eduardo Costa, no JORNAL DO DIA, me emocionou. Afinal, quem fez história, tem história.

SEGUE O ARTIGO:

A BELEZA DA DEMOCRACIA

É recorrente truísmo dizer-se que a democracia é o melhor sistema político, enquanto outro não for descoberto. Como até hoje não se registrou a auspiciosa invenção, a democracia permanece dando provas de que é preciso insistir sempre para que ela se aperfeiçoe, sobretudo, no nosso caso, nunca mais nos abandone. Realizou-se, semana passada, a solenidade de transmissão do comando no quartel do 28º Batalhão de Caçadores de Aracaju. Convites expedidos, a sociedade em geral lá compareceu para prestigiar a posse do oficial que assumia, e despedir-se do que deixava o comando.

Uma integração espontânea, entre civis e militares, uma forma de homenagear o Exército Brasileiro, não por sabujismo ou adulação, como antes, mas, pelo reconhecimento do que representam as forças armadas na arquitetura democrática do poder nacional. Para quem viveu os tempos do autoritarismo, da ditadura escancarada, ficou a lembrança do que em ocasiões semelhantes acontecia. Os convites expedidos não eram simplesmente convites, eram convocações. E antes de serem postados, se fazia a avaliação pelos órgãos de segurança se os destinatários poderiam se incluir mesmo na relação daqueles considerados ¨bons brasileiros ¨, os outros, sempre excluídos, eram os deletérios subversivos, ¨ inimigos da pátria¨, portanto, indignos de penetrarem num quartel, a não ser se fossem conduzidos presos.

Em 76, quando a abertura lenta gradual e segura preconizada pelo presidente Geisel já estava em curso, um grupo de militares extremados resolveu tumultuar o processo, realizando prisões, e Aracaju foi um dos locais incluídos na planilha identificadora da ¨subversão.¨ O quartel do 28º BC, à revelia da maioria da sua oficialidade, foi tomado por militares que vieram para comandar a dura repressão, incluindo a mais abjeta e covarde tortura. Naqueles dias, Jackson Barreto , deputado federal, foi chamado ao quartel. Lá, um coronel ríspido lhe disse: ¨Deputado, aqui se fala o que se quer, e se for preciso, o que não se quer.¨ Jackson chegou como governador em exercício à solenidade de transmissão do comando para prestigiar os militares. Foi saudado com as honras de estilo.

Resumo da ópera: as ditaduras são absolutamente desnecessárias. Há sempre um equivoco trágico em toda concepção totalitária, tenha ela a cor que nela seja pintada. E é exatamente isso o que nos ensina a democracia. Jackson Barreto, como o tempo mostrou, não representava nenhum perigo para as instituições, nem precisaria ser ameaçado, pelo coronel atrabiliário, de falar o que não queria. Os militares também, com o tempo, descobriram que o poder excessivo e inconstitucional não lhes fez bem, não ajudou a fortalecer instituições, muito menos às forças armadas, agora, mais do que nunca respeitadas, exatamente pela obediência ao poder civil, com suas funções dignificadas, por não serem mais confundidas como praticantes da vergonhosa tarefa atribuída aos ¨capitães do mato¨.